A propósito, este livro é fruto da minha pesquisa em nível de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Seu processo gestacional registra uma história muito maior que o texto aqui disponível. A maior alegria não é a defesa do seu trabalho, mas a reflexão acontecida no seu processo de elaboração. Buscar a compreensão da “cidadania do céu” foi confrontar a realidade do meu eu. Foi preciso eu pôr ordem no mundo interior de um peregrino. Isso realmente não foi fácil.

Os autores então nos apresentam a consciência e algumas de suas interfaces, um itinerário científico descritivo a parir de várias áreas do conhecimento, seja para a filosofia, a psicologia, a teologia, a antropologia para chegarmos ao conceito integral e planetário numa proposta interdisciplinar, no entanto, não talvez para nos dar respostas, mas nos instigarmos para um posicionamento frente aos apelos da humanidade e da realidade onde as mudanças sempre partirão de cada um de nós.

Uma variedade de temas esteve no centro das discussões teológicas no período da Reforma. ocorreu especialmente naqueles relacionados com a doutrina da justificação pela fé. A pneumatologia não era o foco do momento, de modo que há a impressão de que na teologia reformada, a doutrina do Espírito Santo nem sempre recebeu a devida atenção. Alister MacGrath observa que “o Espírito Santo tem sido, por muito tempo, como a Cinderela da Trindade […] as duas outras irmãs podem ter ido ao baile da teologia; o Espírito Santo, toda vez, é deixado para trás”.2 Essa constatação se aplica também no que diz respeito aos carismas do Espírito Santo, também denominados como “dons” espirituais.